Um amigo meu, solteiro, disse que passaria o dia 12 de junho comendo chocolates e ouvindo “Romances científicos” da banda Estados Alterados.
Esta fala ilustra algo que notei há bastante tempo: o dia dos namorados costuma ser uma data ligada a sofrimento para quem está sem um parceiro romântico.
Particularmente, esta é uma data como outras tantas e não me sinto especialmente emotiva nela. Mas também não me sinto especialmente emotiva no dia das mães, no dia dos pais e em outras datas afins.
Não sou contra estas datas, afinal, elas podem ser uma boa oportunidade para darmos uma atenção especial as pessoas que gostamos. Contudo não me agrada a ideia de que uma data que seria um momento de celebração para algumas pessoas, acabe se tornando um momento de sofrimento para outras.
Se observarmos o que acontece nestes períodos, veremos que normalmente próximo a estas datas começam a ser vinculados comerciais em diferentes meios que tem a pretensão de nos sensibilizar. Tais propagandas sempre apresentam situações bonitas, inspiradas e que nos fazem as desejar para, com isso, vender os produtos anunciados. Normalmente, estas propagandas apelam de forma bastante explicita para o lado emocional de cada um – lá onde somos todos crianças mimadas e carentes de afeto.
Enfim, mais uma técnica sendo usada a favor do comércio… nada novo no mundo da publicidade.
Acontece que, há mais de dez anos, deixei de ver televisão. Como efeito colateral ganhei umas três horas extras por dia – e parei de sofrer com datas aleatórias. É claro que as pessoas perguntam sobre a data, que os amigos compartilham fotos nas redes sociais, que no rádio também passam algumas propagandas, mas estas não tem o apelo emocional que tem um propaganda de televisão – e, com elas, até me divirto. Além do que, é mais fácil controlar a exposição a estes estímulos do que quando se está vendo um programa na TV.
A minha receita para parar de sofrer com o dia dos namorados é simples: desligar a televisão e descobrir o que realmente é importante para si.
Alias, tenho mais uma hipótese para o motivo de não sofrer com esta data: para mim, importante, é a minha solidão.